Especialistas esclarecem as principais dúvidas sobre o uso
desse tipo de calçado pelas meninas e contam qual o sapato ideal para evitar
quedas e tropeços pelo caminho.
Afinal, é assim tão
condenável o uso de salto alto por uma menina? E o que devemos considerar na
hora de escolher os sapatos dos nossos filhos? Vejam o que os especialistas
pensam sobre isso.
1. Quais são os efeitos do uso do salto alto no corpo de uma
criança?
O primeiro efeito ocorre no próprio pé. Ao levantarmos a
parte de trás, chamada de retropé, mandamos o peso do corpo para a frente, o
antepé. Essa sobrecarga, com o tempo, causa um processo degenerativo, que
implica no alargamento da base e no encurtamento dos ligamentos. Em segundo
plano, e não menos importante, estão os efeitos negativos do salto sobre a
coluna. Ao usar um calçado com salto, a pessoa tende a projetar o centro de
gravidade para a frente. A responsabilidade de manter o corpo estável fica toda
sobre a coluna e a região lombar acaba aumentando sua curva. E, mais uma vez,
depois de um tempo esse hábito pode começar a gerar desconfortos, dores e
mudança na postura. “Se esse tanto de complicações acontece com adultos que já
têm a estrutura óssea pronta e menos sujeita a alterações, imagine o que ocorre
com as crianças, que ainda estão com o corpo em formação”, comenta Carlos
Lopes, ortopedista pediátrico e médico cirurgião ortopedista do Hospital Albert
Einstein, em São Paulo. Assim, esse hábito precoce colabora para que as
estruturas ósseas da criança já comecem a se moldar com defeito.
2. E os saltos mais baixos, são tão nocivos assim?
“Quanto mais baixo o salto, menos intensa será a agressão ao
pé e a coluna”, esclarece o ortopedista Carlos Lopes.
3. A partir de que idade podemos liberar esse capricho para
as meninas?
“Uma garota pode começar a usar salto – não muito alto –
após a primeira menstruação”, explica Roberto Guarnieiro, chefe da pediatria do
Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da USP. Segundo
ele, nessa fase, ela também já tem mais equilíbrio e condição para usar o
acessório.
4. E os sapatos plataforma?
Quanto às plataformas, algumas não mudam a relação entre
retropé e antepé por terem uma base uniforme de mesma altura. “Mas a altura
facilita torções e até mesmo quedas, além de não serem muito práticas para as
crianças”, completa Roberto Guarnieiro.
5. Se pudéssemos definir o sapato ideal para uma criança,
como seria?
Sem saltos. “Normalmente, recomendamos aos pais que procurem
escolher um calçado o mais macio e leve possível, de preferência com a sola
reta”, indica o ortopedista infantil Roberto Guarnieiro. “No caso de sandálias
abertas, elas precisam ter alguma alça ou dispositivo que fixe muito bem o
calçado no pé da criança”, diz.
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